Olá!

Hoje trago-vos a minha mais recente leitura, sendo que a Presença teve a gentileza de me enviar o novo livro escrito pelo pai da Malala, Ziauddin Yousafzai, e que devo dizer que me fez chorar várias vezes. Acredito que todos vocês já ouviram falar da Malala, a adolescente paquistanesa que lutou e luta pela educação das raparigas e que foi atingida a tiro pelos talibãs. Ela ganhou há uns anos um Prémio Nobel e atualmente estuda em Oxford. A Malala é apenas mais velha que eu um ano e quando vejo tudo o que ela já fez, tudo o que ela já conseguiu, não consigo deixar de me sentir super orgulhosa. Adorava conhecê-la, mas ao mesmo tempo não sei o que lhe haveria de dizer, porque acho que não ia ter palavras.

Neste livro, escrito pelo pai da Malala, podemos aprender mais sobre a cultura patriarca paquistanesa, como é o caso das mulheres 'existirem' apenas para servir os homens e como elas não podem sair à rua a não ser que tenham a companhia de um membro masculino da sua família, nem que seja o filho de dois anos. Ziauddin descreve-nos a sua vida e como apesar de viver numa família muito tradicional, ele começou desde cedo a questionar-se sobre o papel da mulher na sociedade paquistanesa. Ele descreve coisas que aconteceram às mulheres da sua família que são revoltantes e que o fizeram 'abrir os olhos' para o que estava a acontecer.


Apesar deste livro focar-se principalmente na vida de Ziauddin e na importância que a sua filha Malala tem para a sua vida, não podemos dizer que este pai apenas gosta da sua filha. Se vocês lerem o que ele escreve, vão sentir um enorme amor por parte deste pai para com os seus dois rapazes e a sua mulher. É algo incrível e que me fez chorar várias vezes, o orgulho que ele tem em ser pai, em ser marido e a cima de tudo em lutar pela educação das mulheres. É engraçado que ele diz que muito antes de conhecer a palavra ele já era feminista.

«Por isso, se me perguntassem agora «Ziauddin, qual é o seu momento de maior orgulho até à data?», eu diria que foi quando o diretor de Lady Margaret Hall, um homem, fez uma chávena de chá e a serviu a Malala.»

Este livro é lindo e eu não vos sei explicar, mas eu quero que toda a gente o leia. Deixou-me o coração cheio de amor e com um orgulho enorme por estas pessoas maravilhosas que lutam pelos direitos das mulheres à educação. Desde cedo que o Ziauddin e a sua esposa quiseram abrir escolas para raparigas e ao início foi muito difícil, mas lentamente os pais foram entendendo que a educação das suas filhas era algo a ter em conta. Quando chegaram os talibãs foi difícil manter as escolas, mas com muita força e retórica eles conseguiram.