Hoje, trago-vos um livro que já mencionei aqui no blog, aliás fez parte do prémio do passatempo dos 6 anos do blog. O Ódio que Semeias foi oferecido pela Editorial Presença.
A história baseia-se na Starr, uma adolescente, que assiste à morte de um amigo seu por parte de um polícia. Ela vê a sua vida mudar radicalmente, uma vez que foi a única testemunha do acontecimento. Vários momentos em que a comunidade negra foi e é atacada por polícias apenas por causa da sua cor (sendo que se dá sempre a desculpa que estavam prestes a fazer algo violento ou estavam a vender drogas no momento em que são presos) são mencionados.
Aliás, os Black Panters são regularmente referidos como um grupo que lutava pelos seus direitos. Para além disto, achei que foi inteligente que se abordasse o facto de que, no caso da personagem principal, a Starr tivesse quase que duas personalidades: uma quando estava com a família e com os amigos e era, decerta forma, genuína; outra quando estava no colégio com os seus colegas (todos brancos) e sentia que não podia falar como normalmente falava ou então diriam que ela era do gueto e passariam a olhar para ela como uma rufia.
Infelizmente, ouvimos muitas notícias dos EUA, onde pessoas negras são, várias vezes, alvos da polícia, são presas sem qualquer motivo, ou pior, são mortas. Nada do que eu estou a dizer é mentira, inclusive porque há vários vídeos na internet onde assistimos ao abuso de poder que os polícias têm. Como quando um homem foi atacado por vários polícias e foi sufocado até à morte (repetia várias vezes que não conseguia respirar) e só depois é que os polícias chamaram uma ambulância dizendo que ele estava inconsciente. Lembro-me de, numa aula de inglês, ouvir uma apresentação sobre uma mulher americana que foi presa e quando chegou à prisão já estava morta, mas os polícias tentaram fingir que ela tinha morrido na prisão devido a conflitos, pelo que a vestiram e tiraram aquela foto para o cadastro. Se tivermos atenção, reparamos que ela não olha para a câmara e que está com os olhos vítreos.
Eu gostei mesmo muito deste livro, foi uma autêntica montanha russa, pois teve momentos para tudo. Ri, chorei, apeteceu-me berrar por tantas injustiças, mas mais que tudo chorar.
Não entendo como é possível o ser humano ser tão desprezível, não entendo como é que podemos descriminar, matar apenas por causa da cor. Não entendendo porque é que na América e, lentamente cá em Portugal, um negro tem 3 vezes mais probabilidades de levar um tiro do que um branco. Acho isto tudo ridículo, não entendo como é que se consegue tirar uma vida tão facilmente, como se não fosse nada. Não entendo como é que quando estes polícias vão a julgamento, porque há provas em como eles são culpados, em como a pessoa assassinada não era traficante ou perigosa, são ilibados. A imagem da pessoa que foi morta fica manchada e para sempre conhecida, pelos que não a conheciam, como alguém que mereceu ou que era demasiado perigoso para a sociedade.
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Já pensaram como que seria ter medo de sair de casa, porque poderíamos ser mortos pela polícia? Já pensaram como seria ter pavor de passar por um polícia de carro ou simplesmente ser abordado, quando eles servem para nos proteger?
Já tinha ficado bastante curiosa com este livro quando o mencionaste no passatempo, mas agora ainda fiquei mais!
ResponderEliminarNão conhecia o livro, mas fiquei bastante curiosa! Segui-te * Beijinho
ResponderEliminarwww.keke.pt
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Terrível. Penso nisso imensas vezes.
ResponderEliminarNão conhecia esse livro mas fiquei curiosa!
ResponderEliminarBeijinhos
Joie d Vivre | Instagram
Curiosamente a minha mãe ofereceu-me este livro quando visitámos a Livraria Lello no entanto, com muita pena minha, ainda não tive tempo de ler.
ResponderEliminarwhooo deve ser um livro do caraças :X é um tema tabu pouco explorado e o pessoal esquece-se que é uma realidade nos USA. Fiquei com vontade de ler
ResponderEliminarEste foi uma das minhas leituras do verão de 2018. Gostei bastante mas houve alturas na leitura que quase chorava de raiva. É um youngadult que aconselho a todos.
ResponderEliminarEste foi uma das minhas leituras do verão de 2018. Gostei bastante mas houve alturas na leitura que quase chorava de raiva. É um youngadult que aconselho a todos.
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